quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

fevereiro mês de chuva em Belém

Agência Museu Goeldi - O biólogo Ricardo Sampaio, analista ambiental do ICMBio lotado em Boca do Acre, sul do Amazonas, e atualmente chefe da FLONA do Purus, em parceria com o primatólogo José de Sousa e Silva Junior ( curador da coleção de mamíferos e pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi - MPEG) e o ecólogo Fábio Röhe (pesquisador da Wildlife Conservation Society-WCS Brasil) estão empenhados em preencher uma lacuna científica – descrever o Saguinus fuscicollis cruzlimai com base em uma série de espécimes com origem geográfica conhecida.

No ano de 2011, Ricardo Sampaio desenvolveu um estudo na FLONA do Purus, apoiado e financiado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, onde fez vários registros de primatas e coletou quatro espécimes do Saguinus fuscicollis cruzlimai, depositando o neótipo no INPA e os outros três exemplares no Museu Emílio Goeldi - MPEG.

O Museu Goeldi exibiu um exemplar deste animal em sua exposição permanente até os anos 40 do século XX. Este exemplar foi misteriosamente perdido em um período no qual a Instituição ficou à míngua até ser incorporada pelo, então recém-criado, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq. Em três períodos históricos diferentes, os zoólogos Fernando Novaes, Philip Hershkovitz e José de Sousa (mais conhecido como Cazuza) fizeram buscas para tentar localizar o exemplar com resultado negativo.

O único registro histórico conhecido desta espécie era uma ilustração feita por Eládio Cruz Lima no livro “Primatas da Amazônia”, publicado em 1945 pelo Museu Goeldi. Foi a partir do desenho de Cruz Lima que Hershkovitz fez a primeira descrição do sagui, que somente agora vai ganhar sua descrição definitiva.

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]Produtos florestais em terras indígenas Kayapó

Diversidade e uso de plantas são destaques na pesquisa desenvolvida em duas aldeias do povo Kayapó no Pará

Denilton Resque, Agência Museu Goeldi


Os saberes dos povos indígenas são pesquisados por diversos cientistas do Brasil e do mundo. Uma das grandes preocupações desde a década de 70 é descrever e proteger esse conhecimento utilizado para a subsistência das comunidades tradicionais que habitam a região amazônica, e, ao mesmo tempo, buscar oportunidades de comercialização e geração de renda para os povos das aldeias.

Com o objetivo de estudar o conhecimento e o uso dos produtos florestais não madeireiros (PFNMs), aqueles em que não há necessidade de desmate para sua obtenção, a mestre em Botânica, Sol Elizabeth González Pérez baseou sua pesquisa nas aldeias Moikarakô (Terra Indígena Kayapó) e Las Casas (Terra Indígena Las Casas), visando valorizar saberes locais e avaliar futuras oportunidades de comercializar os produtos feitos nessas aldeias. A jovem pesquisadora desenvolveu trabalho com bolsa do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia, no âmbito do subprojeto Laboratório de Práticas Sustentáveis em Terras Indígenas.

O povo Kayapó habita várias Terras Indígenas que ocupam, no total, uma área de 13 milhões de hectares, localizadas à margem do rio Xingu e afluentes. O estudo confirmou a importância da castanha-do-Brasil, já conhecida como um dos produtos florestais não madeireiros mais explorados pelos Kayapó e outras populações tradicionais da região. Porém, como conseguiu verificar a estudante, a diversidade dos produtos da floresta que são conhecidos e utilizados pelo Kayapó na atualidade é muito mais importante. A pesquisa foi dividida em duas etapas: a primeira, com o pedido de autorização às comunidades, à FUNAI¹ e ao CGEN² para a entrada da pesquisadora em terras indígenas e o acesso ao conhecimento tradicional, respectivamente. A segunda etapa, realizada depois de obter as autorizações, diz respeito às coletas de dados.
Produtos Florestais Não Madeireiros em estudo participativo – Após o levantamento e mapeamento de recursos vegetais e discussões com as comunidades, o foco da pesquisa foi o uso das sementes no artesanato. Assim, em uma amostra de 47 adultos, com 22 informantes na aldeia de Moikarakô e 25 em Las Casas, foram aplicadas as entrevistas seja nas casas das pessoas, seja nas trilhas da floresta. Alguns jovens das aldeias acompanharam o processo da pesquisa de campo, beneficiando também de formações sobre os métodos de amostragem botânica, cartografia e sensoriamento remoto, dos quais a estudante participou como treinadora. O material botânico coletado foi identificado e depositado no Herbário João Murça Pires do Museu Paraense Emilio Goeldi.

Uma grande diversidade de plantas para artesanato – O trabalho de Sol González permitiu registrar e coletar 42 plantas diferentes, reconhecidas de interesse especial pelos indígenas, das quais 28 foram identificadas até nível de espécie e quatro até gênero. Estão distribuídas em dez famílias e 25 gêneros. Trinta e duas delas foram registradas na aldeia de Moikarakô e 26 em Las Casas, sendo que 16 são comuns às duas aldeias. As famílias Fabaceae e Arecaceae se destacaram pela riqueza florística, contribuindo com 18 e oito espécies respectivamente. Entre as mais citadas se destacaram Ormosia flava, Ormosia excelsa, Rhynchosia phaseoloides, Adenanthera pavonina e Sapindus saponaria. A variedade de sementes no artesanato Kayapó tem sido valorizada recentemente e dá aos homens um destaque nos processos da coleta da matéria-prima e confecção de colares. Esta atividade depende da disponibilidade de recursos vegetais presentes nas áreas exploradas próximas às aldeias, e das redes de trocas entre aldeias Kayapó. O conhecimento compartilhado sobre sementes entre gerações e sexos foi observado.

Com esses objetos confeccionados nas aldeias com PFNMs, os indígenas de Moikarakô e Las Casas têm uma alternativa de geração de renda que mereceria ser desenvolvida. A comercialização desses produtos se dá como uma atividade mais forte em Moikarakô, mesmo com acesso limitado a essa aldeia.

O Babaçu - Em Las Casas, aldeia localizada no cerrado, bioma que cobre pelo menos 24% do território brasileiro, um dos recursos florestais não madeireiros mais abundante e utilizado pelos Kayapó é o babaçu. Os indígenas sabem distinguir duas espécies dessa palmeira: Attalea speciosa e Attalea eicheleri. Nessa aldeia, Sol González participou do processo de produção do óleo, desde a coleta dos cocos no babaçual até o processo de obtenção do óleo puro. A produção começa quando os cocos são coletados e levados para a aldeia, onde são quebrados, e as amêndoas são separadas. Em seguida, estas são levadas ao fogo para torrar e depois trituradas no pilão. Finalmente é feita a extração, a quente e na água, do famoso óleo de babaçu, bastante utilizado entre os Kayapó, principalmente como cosmético (cabelo, cuidado da pele, base de pintura corporal). Segundo a pesquisa, uns duzentos cocos geram aproximadamente dois litros de óleo.

Comercialização sem destruir o meio ambiente, gerando lucro para populações tradicionais – O processo de comercialização depende ainda em grande parte das possibilidades da saída do povo da aldeia para eventos nacionais ou regionais. Nesses eventos, costuma-se fazer exposição dos produtos tradicionais, possibilitando uma relação comercial mais direta entre produtores e compradores, além do contato com intermediários que compram dos indígenas para revender nas cidades.

O uso de sementes na confecção de artesanato representa mais do que uma alternativa de renda complementar para a maioria das famílias nas aldeias; configura-se como uma atividade que estimula a aprendizagem dos conhecimentos tradicionais associados às plantas e ao território.

Sol Elizabeth González Pérez foi orientada pela Drª Márlia Regina Coelho-Ferreira e co-orientada pela Drª Pascale de Robert. A mesa de examinadores foi composta pelas doutoras Claudia Leonor López Garcés (MPEG), Maria das Graças Pires Sablayrolles (UFPA) e Ana Luisa Kerti Mangabeira Albernaz, também do Museu Paraense Emilio Goeldi.

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]A Associação das Mulheres Extrativistas da Vila de Pesqueiro (ASMUPESQ), em parceria com a Prefeitura de Soure, através da Gerência Municipal de Cultura, realiza neste sábado (18), a 1ª Mostra de Artesanato das Mulheres Extrativistas daquela localidade, o evento acontecerá na praça do mercado, a partir das 7:30h.

A Presidente a ASMUPESQ, Maria Margarete da Costa explica que o objetivo do evento é divulgar as ações da associação e comercializar os produtos artesanais produzidos pelas associadas, como: bolsas, vasos, tapetes, jogo de banheiro, guardanapos, cordões, pulseiras, brincos, sandálias e outros produtos artesanais, também haverá a comercialização de comidas típicas.
](Eduardo Dias).

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Marajó: paraíso amazônico entre o mar e o rio-mar
O Marajó está entre os mais importantes cenários ecológicos do Brasil. Com cerca de 3 mil ilhas e ilhotas, é o maior arquipélago flúvio-marítimo do Planeta e uma Área de Proteção Ambiental - APA. Possui exuberantes riquezas naturais espalhadas nos cerca de 50 mil quilômetros quadrados da principal ilha, o Marajó.
O viajante tem oportunidade de se hospedar em fazendas tradicionais e viver experiências radicais, enfrentando as ondas da pororoca - nome dado ao encontro entre as águas do rio Amazonas e do Atlântico -, fazendo lanternagem de jacarés ou trilhando em lombo de búfalos. Aliás, o Marajó possui o maior rebanho de búfalos do país.
Há também caminhos abertos pelos povos extintos, que também deixaram seus traços nas cerâmicas com desenhos que inspiram artistas até os dias de hoje. Há cerca de três mil anos, uma tribo de cultura avançada - os índios conhecidos como marajoaras - começou a povoar a ilha e deixou lá esse legado artístico e cultural.
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Na ilha, o turista poderá conhecer uma diversidade de fauna e flora que a tornam um dos destinos turísticos mais cobiçados do Pará. Lagos, manguezais, igarapés, sítios arqueológicos, pântanos e praias de rio são algumas das riquezas naturais que a ilha oferece. A viagem é ideal para quem gosta de ecoturismo, prática que começa no próprio trajeto que leva até o Marajó.
Um dos principais cartões-postais do Pará, o Marajó é o destino ideal para quem também aprecia uma rica culinária que, lá, é complementada com queijos de leite de búfala, além de uma enorme variedade de peixes e frutas. Ou, se o turista preferir, pode simplesmente deixar-se ficar em praias de areias claras, em pousadas e hotéis com todo o conforto moderno, diante de um oceano Atlântico dourado pelas águas do rio Amazonas que como igual não existe no mundo.
Dezesseis municípios fazem parte do arquipélago do Marajó. No lado leste estão as cidades de Soure eSalvaterra. Separadas pelo rio Paracauari, as duas cidades oferecem pousadas e fazendas que são um campo fértil para acolher os visitantes que apreciam turismo rural . Em uma viagem de barco, toda a imensidão e os encantos da região podem ser apreciados, além das trilhas misteriosas que convidam a um passeio inesquecível.
A paisagem no Marajó nunca é a mesma
O viajante pode percorrer, no verão amazônico - de junho a novembro - os campos onde garças, guarás (aves de cor avermelhada), e dezenas de outros pássaros procuram alimento entre os rebanhos de gado zebu.
E no inverno - período que mais chove no Marajó (janeiro a maio) - cruzar em barcos esses mesmos campos, entre deslumbrantes jardins aquáticos. Em ambas as experiências, o turista verá sempre pássaros e pequenos mamíferos selvagens em profusão. E, quem sabe, poderá montar num cavalo baio, debaixo das cores do sol.
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Acesse o Artigo Original: http://www.portalmarajo.com/p/turismo.html#ixzz1mUSziNZD


Acesse o Artigo Original: http://www.portalmarajo.com/2012/01/prefeitura-de-soure-apoia-mostra-de.html#ixzz1mUSTfeCc

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