A ictiofauna no Arquipélago do Marajó
A diversidade e a importância de umas das mais ricas faunas do mundo

O Arquipélago do Marajó – O conjunto de ilhas possui cerca de 50 mil quilômetros quadrados e é a maior ilha fluviomarítima do mundo. Sua grande diversidade aquática está principalmente ligada a seu sistema de marés que gera diversos habitats. Esses habitats são gerados pelo complexo sistema de marés da região, pelo clima e pelo nível pluviométrico. A ilha é cercada de praias argilosas, mas sua composição é de terra firme e várzea. Lagos, lagoas, praias,rios e manguezais, ajudam a compor os diversos habitats da região.
O açaí e o miriti, junto com a pecuária de búfalos são as principais atividades econômicas da região. Mas nem sempre foi assim. No século XVII quando os primeiros colonizadores chegaram à ilha desenvolveram um sistema de plantation de algodão e tabaco, o que era muito comum na Amazônia nesse período. No século XIV, com a chegada dos búfalos, a vegetação primária deu lugar a pastos.
A criação de búfalo ainda é uma atividade econômica importante, assim como o turismo, a pesca industrial, a produção de abacaxis e processamento de palmitos. A agricultura de baixa escala ainda está presente como principal renda para a maioria dos habitantes da ilha. Todas essas atividades econômicas contribuem para a degradação do meio ambiente, porque são feitas sem controle, sem um plano de manejo ou de conservação, o que influencia de maneira direta na diminuição de peixes da região.
Acredita-se que a ilha do Marajó tenha uma das ictiofauna mais ricas do mundo, com mais de 300 espécies diferentes habitando a região, mas apenas 254 espécies catalogadas de oito famílias diferentes, Cetopsidae, Ctenoluciidae, Paralichthyidae, Poeciliidae, Polycentridae, Rivulidae, e Trichomycteridae. Existem poucas espécies endêmicas (que se localizam somente em uma área), mas existem várias espécies que são adaptadas a altas temperaturas e a baixos níveis de oxigênio na água. Há ainda
espécies que conseguem passar dias fora da água devido a órgãos adaptados como, por exemplo, o pirarucu que tem uma bexiga natatória.

O bioma da ilha do Marajó sofre grande influência da variância das marés.A reprodução dos peixes e o período de pesca são os mais afetados por isso. Na época de cheia o nível do rio sobe e a pesca fica mais difícil devidoà dispersão dos peixes, enquanto que na época de seca a pesca é facilitada pela alta concentração de peixes para pouca água. A reproduçãodos peixes não é na mesma época, devido o grande número de espécies diferentes. A época em que se reproduzem varia de espécie para espécie. O poraquê, por exemplo, se reproduz no final da época da cheia enquanto o cambotá reproduz-se no começo da época da cheia.
A região do arquipélago do Marajó é das mais ameaçadas, em termos de sua ictiofauna, da Amazônia, contrastando com o fato de ser uma das menos protegidas. A maioria das suas atividades econômicas, por ser sem controle, é prejudicial. No ano de1989 foi criada a Área de Preservação Ambiental (APA) do Marajó, mas esse modelo de conservação é pouco pratico em longo prazo. Os autores propõem que seja criada uma Reserva da Biosfera para preservar melhor o meio ambiente. Reservas da Biosfera são áreas terrestres ou costeiras que procuram conciliar o desenvolvimento econômico da região com a preservação de sua biodiversidade. Esse tipo de proteção ainda está longe de ser implantada devido à falta de estudos na região. Para os autores o Arquipélago do Marajó ainda tem que ser estudo para catalogar as espécies endêmicas, as espécies ameaçadas, onde elas se distribuem e entender a sua importância dentro do meio ambiente.
Texto: Fernando Cabezas
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] Atribuída a Hans Rappolt (ourives em Nuremberg de 1579)
Nef, conhecido como o Cardeal de Lorraine, o último trimestre do século XVI Nautilus, ouro e prata montagem gravado - 51 x 26 x 15 cm
St-Nicolas-de-Port, a Basílica de São Nicolau
Foto: Laurianne Kieffer - Museu do Ouro Tribunal - Metz Métropole
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