quinta-feira, 25 de abril de 2013

Se aproxima o verão NorteArt nas praias de soure

Fronteiras linguísticas na Amazônia

Na Amazônia são inúmeras as línguas ameaçadas de extinção seja no Brasil como na vizinha Bolívia, etnias com população reduzida e de idade avançada perdem a condição de preservar idiomas plenos de significado e reveladores de identidade conhecidos de poucos.

Pesquisas da Linguística do Museu Paraense Emilio Goeldi, em Belém, consolidam estudos voltados para a preservação dessas línguas usando do conhecimento científico e de ferramentas disponíveis na tecnologia contemporânea para aprofundar análise tanto das estruturas de cada língua como para estabelecer bases de dados que registrem não só a existência, mas que forneçam elementos de análise para futuras pesquisas.

Do registro escrito ao sonoro, passando pela análise sintática e morfológica, pesquisadores do Museu Goeldi contribuem para o reconhecimento de línguas indígenas amazônicas como patrimônio da cultura da humanidade.

Belém sedia até sexta-feira, dia 26, o IV Congresso Internacional de Estudos Linguísticos e Literários da Amazônia (CIELLA). Com o tema “Fronteiras Linguísticas e Literárias na América Latina”, o evento acontece na Universidade Federal do Pará, em Belém e conta com a participação de pesquisadores e bolsistas do Museu Goeldi.

Investigação e registro - Entender diferenças, registrar línguas ameaçadas de extinção, e permitir que, no futuro, se tenha a informação não só de que a língua Mekens, a língua Djeoromitxi e a Itonama existiram, mas que também se venha a conhecer as palavras e os seus significados e os sons como emitidos pelos últimos falantes.

De que forma e a partir de que elementos se diferenciam as línguas de populações indígenas amazônicas das línguas africanas e das asiáticas e austronésias, estas últimas faladas por populações do Continente conhecido como Oceania. Segundo Hein van der Voort, que faz seu Pós-Doutorado no Museu Emilio Goeldi, as línguas amazônicas são detentoras de um sistema léxico-gramatical que combina características tanto do sistema fechado africano como do asiático mais aberto. As línguas do noroeste amazônico, assim como as do sudoeste da região norte brasileira estão posicionadas num nível intermediário que comporta tanto as características do sistema fechado como as do sistema aberto.

Línguas em extinção – O trabalho de Alana Neves desenvolvido no nível da Iniciação Científica é um dos exemplos da formação de recursos humanos na Linguística no Museu Goeldi. Ele  trata da criação e ampliação do banco de dados eletrônico-textual da língua Mekens,  da família lingüística Tupari, do tronco Tupi, que, hoje, está ameaçada de extinção com apenas 21 falantes, em sua maioria indivíduos de idade avançada.

O estudo “Elaboração e interlinearização de uma base de dados eletrônico-textual para a língua Mekens “também contribui para a ampliação da documentação de saberes linguístico-culturais do povo Sakurabiat e de uma colaboração para futuras análises morfossintáticas de sua língua.

Com pesquisas desenvolvidas, desde a década de 1990, pela pesquisadora Ana Vilacy e publicações como a coletânea de narrativas da etnia Sakurabiat que fala Mekens, hoje o grupo de Lingüística do Museu Goeldi se dedica à elaboração de uma base de dados textuais. A base é eletrônica e compila as narrativas da etnia. Com auxílio de ferramentas computacionais, a base permitirá o arquivamento de dados com parâmetros de análise de sons, de grafia, de significado e de estrutura frasal.

Os representantes da etnia Sakurabiat habitam o município de Alto Alegre de Parecis, em Rondônia, e alcançam uma população de cerca de 70.

Um pôster denominado Documentação da Língua Mekens: Construindo um Dicionário Bilíngue Mekens-Português complementa o trabalho sobre a língua Mekens. O estudo de autoria de Camille Miranda visa a ampliação e a revisão do banco de dados de Mekens. Como o trabalho resultará em Dicionário, assim a revisão de entradas incompletas no Banco e a definição da organização do volume estão entre as atividades da Bolsista de Iniciação Científica.

Também em Rondônia está o locus do estudo de autoria de Thiago Pereira Vital de Castro sobre o Djeoromitxi, idioma indígena, também ameaçado de extinção. O estudo da língua Djeoromitxi em fase ainda inicial já constitui mais uma etapa na definição de estratégias de classificação nominal, que, segundo Thiago de Castro, é dos mais importantes tópicos de estudo no que tange às línguas indígenas amazônicas.

Amazônia Boliviana – Outro idioma ameaçado de extinção é o Itonama. Mily Crevels se dedica a analisar o idioma falado no Nordeste da Amazônia Boliviana. O Itonama é uma línguaestrutura polissintética, que apresenta os verbos em posição inicial e marca os núcleos dos sintagmas. Esse idioma, que foi falado por indígenas da vizinha Bolívia, tem uma particularidade, pois apesar de não possuir a expressão de número (singular x plural) nos nomes, o idioma tem um certo número de estratégias verbais para expressar conceitos de pluralidade”, revela a pesquisadora da Universidade de Leiden, na Holanda, e bolsista no Programa de Capacitação Institucional (PCI) do Museu Goeldi.

Serviço: IV Congresso Internacional de Estudos Linguísticos e Literários da Amazônia (CIELLA) até 26 de abril, na Universidade Federal do Pará (UFPA). Informações no site do evento .JPEG - 360 kbFerdinand Hodler (1853-1918) 
Olhe para o infinito, 1913/14-1916 
Óleo sobre tela - 446 x 895 centímetros 
Kunstmuseum Basel 
Foto: Kunstmuseum Basel, Martin P. Bühler

JPEG - 73,7 kb Hans Thoma (1839 - 1924) 
O Öd o Holzhausen Park e 
pequeno castelo em Frankfurt am Main, 1883 
Óleo sobre tela - 85,5 x 117 cm 
Frankfurt am Main, Museu Städel 
Foto: Museu Städel

JPEG - 154 kbVer coleções permanentes. 
Foto: Musée Bourdelle


JPEG - 557.3 kbCarlos Schwabe (1866-1926) 
Death and the Gravedigger, 1900 
Aquarela, guache e grafite - 76 x 56 cm 
Paris, Musée d'Orsay 
Foto: Musée d'Orsay RMN / Patrice Schmidt

JPEG - 325.4 kbCarl Blechen (1798-1840) 
Estrada secundária no luar de inverno 
depois de 1829 
Óleo sobre painel - 39 x 53 cm 
Lübeck Museu Behnhaus Drägerhaus 
Foto: Daniel Couty

JPEG - 39,5 kbFrançois-Désiré Froment-Meurice (1802-1855) 
Relicário de Santa Maria Madalena 
Paris, a Igreja Madeleine 
Foto: Cidade de Paris - COARC

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