sexta-feira, 12 de agosto de 2011

arte e natureza vida e alimento

Anúncio da KitchenAid baseado na Art Nouveau

Inspirada na Art Nouveau, a KitchenAid lança neste mês mais um anúncio da série "Movimentos Artísticos", que já teve peças baseadas na Art Déco, no Surrealismo, Modernismo Brasileiro, na Arte Moderna e na Pop Art.

As peças da campanha retratam a culinária no estilo das correntes que marcaram a arte nos últimos 92 anos - idade da marca - e trazem como objeto central de comunicação a cultuada batedeira Stand Mixer, ícone consagrado da KitchenAid. Com design que se mantém inalterado há décadas, o utensílio faz parte do acervo permamente do MoMA, o Museu de Arte de Nova York.

“Associar a marca à história da arte e à arte da gastronomia faz todo o sentido, afinal, a KitchenAid oferece instrumentos para que as pessoas se expressem por meio de seus experimentos na cozinha”, explica Claudia Sender, diretora de marketing da Whirlpool, empresa que detém a KitchenAid.

Criados pela DM9DDB, todos os anúncios trazem a assinatura “Há 92 anos, culinária é arte para nós.”

. Jean-Baptiste Clésinger (1814-1883),

A Senhora das Rosas, circa 1867
Bronze - 68 x 36 x 30 cm
Paris, Musée d'Orsay

Desde a década de 90, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) desenvolve estudos nas áreas conhecidas como Terra Preta Arqueológica (TPA), solos extremamente férteis que abrigam restos de materiais arqueológicos, como fragmentos cerâmicos, carvão e artefatos líticos. A Terra Preta é, na verdade, um legítimo registro da ocupação indígena na Amazônia, não por acaso, são conhecidas, também, como Terra Preta de Índio.

Em 2010, os estudos do Goeldi avançaram rumo a uma investigação geoquímica dos fragmentos cerâmicos encontrados nesse tipo de solo. A idéia era confirmar algumas hipóteses, entre elas como esse material pode influenciar na composição química do solo ou vice-versa.

Assim, surge a pesquisa “Geoquímica de cerâmica arqueológica com diferentes formas e volumes”, de André Heron Reis, bolsista PIBIC/CNPq, orientado por Jucilene Costa, da Universidade Federal do Pará, e Dirse Clara Kern, geoarqueóloga do Museu Goeldi.

“As terras pretas, principalmente, têm alto valor de cálcio, magnésio, fósforo e zinco; e a cerâmica é tida como um elemento básico para os valores encontrados no solo. Então passamos a analisar também a química da cerâmica para ver se isso procede ou não”, explica Kern. Para além da composição química, “Esse estudo pode ajudar a identificar para que a peça foi utilizada e [como isso pode interferir] na sua composição química”, acrescenta a geoarqueóloga.

Na pesquisa, André Reis analisou vestígios em duas situações arqueológicas: sítios funerários e fragmentos dispersos. Ele verificou de onde o fragmento foi retirado, a decoração, as características da forma, sua constituição, entre outros elementos. Depois, uma forma final era obtida através de projeção gráfica feita em software Corel Draw. Com esses dados, foi possível separar fragmentos da borda, do corpo e da base, justamente para detectar a variação química entre as partes do mesmo objeto, afinal, segundo explicação de Dirse Kern, “Teoricamente, tem que ter [essa variação], porque, por exemplo, a base tem mais contato com o fogo, fica mais quente do que a borda”.

Depois dessa etapa arqueológica, seguiu-se a análise química. Nela com a utilização do método da espectometria de massa total, uma gama de 33 elementos foi identificada, com destaque para os mais relevantes para a pesquisa, como fósforo e cálcio.

Os resultados obtidos mostraram que a forma de utilização doméstica da cerâmica afeta diretamente sua composição, fazendo-a incorporar maiores teores de elementos como sódio, magnésio e cálcio. O mesmo acontece com o material funerário, que, no entanto, apresenta menores teores. André averiguou, também, que a variação química na cerâmica doméstica pode estar associada ao acabamento, como a pintura.

Solo e Cerâmica – Durante a pesquisa, além dos fragmentos, amostras do solo foram coletadas para se verificar a possível correlação entre eles. Dirse explica que existe uma hipótese na qual, especialmente a quantidade de fósforo e cálcio do solo, é influenciada pela cerâmica, porque é comum encontrar maior concentração dos elementos químicos na cerâmica que no próprio solo.

No entanto, para a pesquisadora, há, na verdade, um equilíbrio, porque existe uma variedade de elementos no início, mas, depois, a cerâmica cede e chega-se a um momento em que há o equilíbrio entre o solo e a cerâmica. “Como tem essa outra hipótese, temos que testar. Ainda não temos como identificar muito bem, mas eu acho que a minha hipótese está mais correta, porque têm sítios arqueológicos em que o teor dos elementos na cerâmica e no solo são muito baixos e é Terra Preta. Se fosse o caso, toda cerâmica devia ter altos valores”, argumenta.

Dessa maneira, a pesquisa prossegue em 2011, mas com material de outros sítios arqueológicos, de lugares como Marabá (PA). Em 2010, a pesquisa havia se concentrado em Parauapebas e Canaã, também no Pará. “Não podemos analisar só um sítio arqueológico e já fazer afirmações. Cada povo é um povo, cada cultura é uma cultura, então cada sitio é diferente do outro”, diz a geoarqueóloga.

Mais sobre a Terra Preta – Na Amazônia, há um tipo de solo bastante fértil, rico em elementos como cálcio, carbono, magnésio, manganês, fósforo e zinco. Não obstante, abrigam restos de material arqueológico.

Por apresentarem coloração escura, são chamados de Terra Preta Arqueológica (TPA), Terra Preta de Índio ou, simplesmente, Terra Preta. De maneira mais simples, as Terras Pretas são os locais onde os índios moravam, o que justifica a riqueza do solo. Afinal, materiais orgânicos eram trazidos por conta da ocupação.

O estudo da Terra Preta traz dados essenciais sobre o comportamento da sociedade no passado, permitindo, inclusive, entender o padrão de assentamento na região.

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